Portugal sobe ao top 15 dos países com melhor sistema energético, ao nível da segurança, equidade e sustentabilidade
outubro 20, 2021
- Portugal subiu ao 14º lugar na mais recente edição do World Energy Trilemma Index, elaborado pelo Conselho Mundial de Energia, em colaboração com a Oliver Wyman.
- Portugal ascendeu cinco posições no índice global, que analisou 127 países, e que continua a ser dominado pela Europa.
- Nas vésperas da Cimeira do Clima das Nações Unidas, o relatório revê os sistemas energéticos nacionais ao nível da sua sustentabilidade, para além de ter em conta a segurança energética e a equidade no acesso à energia.
Lisboa, 21 de outubro de 2021 - Portugal subiu cinco posições no ranking Word Energy Trilemma Index 2021, em comparação com o ano passado, ficando em 14º lugar numa lista de 127 países ao nível segurança energética, equidade na oferta de energia, e o respetivo impacto ambiental. O índice, que vai na 11ª edição, foi elaborado pelo Conselho Mundial de Energia em parceria com a consultora Oliver Wyman.
Os três primeiros países do ranking permanecem os mesmos do ano anterior, mas a Suécia ultrapassou a Suíça na posição cimeira, mantendo a Dinamarca o terceiro lugar. A Suécia alcançou 84.2 pontos, em 100 possíveis, mais 8.6 pontos que Portugal.
No top 20 do índice – que tem 29 países, porque vários ficaram empatados -, apenas cinco são de fora da Europa: o Canadá, a Nova Zelândia, os Estados Unidos, o Uruguai e o Japão. Apesar de tudo, as maiores evoluções nos sistemas energéticos aconteceram em países em desenvolvimento, como Camboja, Myanmar e a República Dominicana em destaque.
Do ponto de vista regional, a Europa está indiscutivelmente no topo do ranking, com uma agenda energética fortemente orientada para a sustentabilidade, em detrimento dos combustíveis fósseis. Em 2020, um ano marcado pela pandemia e que desencadeou uma queda significativa na procura de energia - baixou 17% em abril na Europa, no pico do primeiro confinamento -, as energias renováveis ganharam espaço no continente, gerando até 38% da eletricidade consumida e superando pela primeira vez o carvão e o gás como principal fonte de geração de eletricidade. A região europeia ainda tem uma pontuação elevada em equidade de energia, melhorando as pontuações este ano, apesar da pandemia ter exposto vulnerabilidades sociais e mais preocupações sobre o acesso à energia.

Segurança, equidade e sustentabilidade: as três chaves do sistema energético
Ao nível da Segurança Energética, o World Energy Trilemma Index reflete a capacidade de cada país em corresponder às necessidades presentes e futuras de energia e de resistir e recuperar de choques no sistema sem afetar o abastecimento. Este parâmetro não se limita a medir o recursos naturais de cada estado. Os países que têm revelado um bom desempenho em segurança energética têm aumentado a resiliência dos sistemas energéticos ao diversificar as fontes, colaborando com outros países e preparando-se para os desafios que vieram da descentralização, digitalização, e descarbonização. Ao nível da segurança energética Portugal ficou em 31º lugar, à frente de países como a Bélgica, o Japão, e a Islândia, mas abaixo do Brasil e de Angola. O Canadá lidera neste parâmetro.
Quanto à Equidade Energética, o índice avalia a capacidade de um país disponibilizar um acesso universal a energia a um preço justo para uso doméstico e comercial. Tradicionalmente, este ranking tem sido dominado pelos países ricos em hidrocarbonetos, produtores de petróleo e de gás natural. Mas a Europa Ocidental tem desafiado esse monopólio ao investir na energia renovável e ao apostar cada vez mais na integração de sistemas e redes de energia. Apesar dos esforços globais para que se atinja o sétimo Objectivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas – energia acessível e limpa -, mais de 700 milhões de pessoas ainda não conseguem ter energia barata, sustentável, de confiança e moderna. Neste parâmetro de equidade energética Portugal ocupou o 27º lugar, acima de países como o Brasil e a Polónia. “Com muitas famílias mais pobres a serem atingidas financeiramente pela pandemia, os líderes estão cada vez mais conscientes da importância de abordar a pobreza energética entre as famílias europeias. Portugal mencionou, por exemplo, que devido à pandemia COVID-19 tem havido um aumento da consciência energética e a necessidade de ‘humanizar’ a transição energética”, lê-se no Word Energy Trilemma Index 2021.
Ao nível da Sustentabilidade Ambiental, o índice representa a transição do sistema energético de um país no rumo para mitigar e evitar potenciais danos ambientais e impactos nas alterações climáticas. Este ponto é fulcral para alcançar o objetivo do Acordo de Paris sobre alterações climáticas para abrandar o ritmo do aquecimento global, evitando que suba mais de 2ºC até ao final do século. Neste tópico da Sustentabilidade Ambiental, Portugal ficou em 23º lugar, acima da Itália, do Japão, e do Canadá. Neste aspeto ninguém bate a Suíça.

Energia sustentável
O impacto da produção de energia na sustentabilidade ambiental deverá ser um dos temas centrais na COP26, a Cimeira das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas que está marcada para Glasgow entre 31 de outubro e 12 de novembro. Desde o Acordo de Paris, em 2015, o mundo progrediu fortemente na descarbonização do sistema energético global, com as renováveis a crescer mais de 50%, de 1.847 GW para 2.799 GW. Ainda assim, as emissões globais de dióxido de carbono continuaram a subir, se excluirmos a queda relacionada com a pandemia, porque nem todos os países contribuem de forma positiva para a sustentabilidade. No entanto, é de louvar que os países africanos subsarianos (Moçambique, Angola, Tanzânia, Nigéria, Botsuana, Costa do Marfim, e a República Democrática do Congo) tivessem sido os que mais reduziram em termos de emissões poluentes desde 2015. Ainda com as metas de Paris em vista, o sistema de energia global tem que prescindir rapidamente do carvão para as metas Paris continuarem no horizonte. Olhando para os países da União Europeia, o World Energy Trilemma Index 2021 considera que “o Acordo Verde fornece uma estrutura robusta para alcançar objetivos ambiciosos de neutralidade climática”.
Sobre a Oliver Wyman
A Oliver Wyman é um líder global em consultoria de gestão. Com escritórios em mais de 60 cidades de 29 países, a Oliver Wyman combina profundo conhecimento do setor com experiência especializada em estratégia, operações, gestão de risco e transformação organizacional. A consultora conta com mais de 5.000 profissionais em todo o mundo, que auxiliam os seus clientes a otimizar os negócios, melhorar as operações e perfil de risco, e acelerar o seu desenvolvimento organizacional para aproveitar as oportunidades. A Oliver Wyman é uma subsidiária da Marsh & McLennan Companies [NYSE: MMC].
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